O Overbooking tem sido usado como o bode expiatório dos excessos de passageiro em um determinado voo.
Entretanto, pouca gente tem a coragem de dizer que os responsáveis por isso não são as empresas de transporte aéreo e em muito boa parte os "compradores" de lugares a bordo, que se valem dos sistemas de reservas eletrônicos para introduzir vendas fictícias, bloqueando lugares que não irão utilizar e depois "esquecem-se" de cancelar as vendas falsas que fizeram (por muitas vezes preguiça ou relaxamento). As empresas aéreas, por sua vez, concorrem para que isso aconteça, com receio de perder o cliente para a concorrência, por dificuldades de identificar uma venda fictícia ou por achar que, no fim, tudo vai dar certo. Lá pelos anos 80, a DAC (órgão federal que controlava as empresas aéreas e a aviação civil - tarefa hoje mal executada pela politizada ANAC, que deveria ser uma entidade absolutamente técnico-administrativa e fiscalizadora) chegou, como dizia, a instituir uma regra de punição com 20% do custo do trecho aéreo não voado por um passageiro que não cancelasse a sua reserva a tempo. Mas a concorrência na época, entre as cinco ou seis transportadoras que havia, levou esta regra a "não pegar", coisa comum em normas de comportamento social em nosso país.
As transportadoras aéreas, com o estabelecimento de sistemas de controle de vendas nos seus voos, podem, se quiserem, estabelecer regras mais restritivas aos overbookings, mas sem uma supervisão adequada por parte de controle humano, ficou um tanto complexa devido à quantidade de voos existentes no dia-a-dia e preferiram correr os riscos de passageiros deixados para trás com bilhetes marcados em sua posse, sem terem como viajar no voo comprado. Tudo o que se passa no momento de embarque torna-se crítico e urgente em ser resolvido e aí entra outro factor que está levando o transporte aéreo a enfrentar situações de risco usual, por falta de preparo adequado de seu pessoal que exerce funções nos aeroportos. São funcionários que só sabem executar uma tarefa, para a qual são treinados pelas empresas e, chegada a hora de agir em algo para o que não estão devidamente preparados, usam do "achoquê" para tentar livrar-se do problema e acabam criando outro maior: a incerteza e desconfiança do cliente, que passa a não acreditar em mais nada do que lhe informam. O atrito clientexempresa fica estabelecido e a solução dificultada.
O problema é sério e, infelizmente alguns acham que uma multa ou indemnização ao cliente resolve o problema, quando,ao contrário, contribui para que o problema resida permanentemente nos postos de embarque dos aeroportos.
A criação de um grupo de trabalho, com participantes das partes envolvidas, creio que ajudaria a encontrar uma possível solução ou minimização do problema, em vez de ficarem transferindo culpas de uma parte para outra.
Uma coisa é verdade: dificilmente um passageiro que se apresenta ao embarque com antecedência maior do que a que lhe foi solicitada, ficará nas sobras do overbooking.
"Deus ajuda a quem cedo madruga...".
22 de jun. de 2007
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